quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Vejo Arte, Cores e Telas

Por Pablo Luan



    Da família simples em Remanso-BA, Marlus Daniel tem a lembrança de uma infância feliz. Criado apenas pela mãe, aproveitou como uma criança do interior. Criativo, começou a rabiscar muito cedo, e, aos 10 anos, iniciava a sua carreira. Sua mãe até hoje guarda o seu primeiro desenho. Ali, foi o ponta pé da vida artística.

Desenvolvendo o dom com desenho e pintura, montou uma loja onde vendia as suas próprias criações. Aos 17 anos, Marlus vendeu tudo da sua lojinha, juntou o pouco dinheiro que tinha e foi morar com um amigo em Juazeiro. Começou a fazer pintura em óleo sobre tela, pintura em tecido, técnicas de flores frizadas em tecido, modelagem em papel machê e trabalhos manuais diversos. Começou a dar aula de pintura na “Casa dos Artistas”, no centro da cidade. Como sempre se encantou por outras artes, Marlus decidiu entrar no teatro. 

Com toda essa sensibilidade artística e o pulsar da arte como ponto de equilíbrio, ele iniciou na Companhia 1º ato, mesmo com a timidez inicial com Devilles. A sua vida ficou dividida entre os palcos e as telas.

Tempo depois, Marlus decidiu morar sozinho em um apartamento, passando por inúmeras dificuldades, inclusive fome. Batalhou e não deixou que nada atrapalhasse os seus sonhos. Aos 18 anos, já tinha participado de várias exposições pelo país. O amor pela arte falou mais alto. Marlus montou a Cia Fato Consumado, onde atua como ator, diretor e trabalho social de preparação para atores e atrizes. A Cia preenche o tempo de jovens e adolescentes que poderiam estar nas ruas e oferece a oportunidade da aproximação com a arte teatral nas oficinas e ensaios. Suas produções são destacadas por serem musicais, Marlus já montou o musical Felinos e o último foi família Addams, apresentado por quatro temporadas.

No ano de 2015, Marlus Daniel chamou atenção com sua terceira exposição, quando usou cores fortes do sertão do São Francisco para mostrar a valorização da cultura regional e a preservação do velho chico. Uma influência nordestina que foi adquirida nos estudos de pintura.

 Marlus Daniel confessa que não seguiria outra profissão. Todas as etapas que passou serviram construir quem ele é hoje.

- Eu vejo arte em tudo.

O artista respira arte. A sua vida é um exemplo de como a nossa imaginação e criação podem dar asas aos sonhos. A trajetória do menino, que saiu do interior, inspira muita gente. 


       No ateliê, decorado com as próprias criações e telas que exploram cores, os olhos do artista brilham quando fala da sua trajetória, as conquistas e os projetos futuros. Marlus pretende voar mais alto. Ele analisa convite para morar no exterior, representando sua arte, a cor e a força do sertão nordestino. 


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