domingo, 12 de março de 2017

Centro de Cultura, Arte e História

                                                                                                                                   Por Lidiane Lopes

Música, dança, teatro estão presentes no Centro de Cultura João Gilberto, em Juazeiro, Bahia. Há 30 anos, o centro atende crianças, jovens e adultos do vale São Francisco, buscando promover a integração artística e cultural. 


Desde o início dos anos 1980, grupos de teatro, música, dança e poetas de rua já movimentavam a cidade com elaborações significativas. Porém, segundo a professora Odomaria Bandeira, ainda não tinha um espaço conveniente. “Quando o Centro de Cultura foi inaugurado, havia uma evidência que faltava um espaço adequado para acolher e estimular esse círculo de criação e produção cultural”, relembra. 

Em 1986, Juazeiro é contemplada pelo primeiro e único espaço cênico, como parte do projeto de construção dos centros culturais do interior da Bahia, idealizado no governo de João Durval. Por iniciativa da comunidade artística, recebeu o nome de João Gilberto, um dos principais músicos da cidade, reconhecido internacionalmente. O espaço abriga sala de espetáculos, galeria de exposições, sala para atividades diversas, auditório e anfiteatro na área externa. 

No dia inauguração, em nove de novembro, o grupo de teatro “Juá”, com a direção de Orlando Pontes e professora Isabel Pontes, recitaram um trecho do “Ato da Compadecida”. Logo depois, o grupo de teatro “De Vez Em Quando” deu início às interpretações do espaço. Um ano após, estreou a primeira comédia em cena, denominada de “Antônio Meu Santo”, dirigida pelos atores Devilles, Hertz Félix, Adonilson Souza, Bertran de Morais, Flávio Brito Samuel Leite e Idemar, reunindo um elenco inesperado. 

Ao longo do tempo, vários nomes renomados compuseram a história do Centro de Cultura. Entre músicos, atores e poetas locais e nacionais, fizeram shows Margarete Menezes, Baden Powell, Ivete Sangalo e outros. Apesar de o centro atrair artistas de renome nacional, os espectadores eram ocasionais, devido à falta de hábito das pessoas em frequentar espaços como esse, “O teatro inaugurou, mas era um “elefante branco”, as pessoas dificilmente assistiam aos espetáculos", conta o dramaturgo Devilles. 

O espaço é marcado por lembranças que relembra a memória da cidade, gestores do centro e artistas como Orlando Pontes, Tatau, Luiz Galvão, Landa Menezes, Esmelinda Pergentino, Márcio Ângelo, João Leopoldo e Tâmara.  O centro se tornou um ambiente relativamente bem elevado, comparando-se aos demais da mesma natureza na Bahia, como ressalta Devilles. 

Porém, ainda falta visibilidade para os acontecimentos, assim como não há oficinas permanentes de dança, teatro, música, ou um acervo, que mostrem o espaço plural do Centro João Gilberto. Para o compositor Maurício Dias, falta mais incentivo do governo. “É preciso de uma independência, de recursos para ser realmente um espaço cultural”, acredita. 

Os artistas que contracenam no centro consideram o lugar aconchegante como um lar. “O teatro é o que me move e o Centro de Cultura é a minha segunda casa, me sinto completa com o teatro”, afirma Patrícia Guimarães, que atua no espaço há cinco anos.

Leia o perfil de Maurício Dias, aqui.

Lidiane Lopes é graduanda em Jornalismo em Multimeios, DCH-UNEB

Reportagem realizada em dezembro de 2016 e publicada em 12/03/2017.

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