A cena é comum, muitas vezes triste e constrangedora. A primeira sensação que temos é de medo e, então, procuramos evitar qualquer contato. Afinal, lemos histórias que nos enchem de pavor, relacionadas às pessoas que vivem nas ruas ou praças.
Confesso que foi esse o meu pensamento, quando encontrei esse homem no bairro João Paulo II. Sempre sentado na mesma calçada, muitas vezes debaixo do sol quente, com o mesmo olhar distante, olhando para o nada. Aproximei e perguntei algumas coisas, mas balbuciou apenas o nome: Alex
Os dias foram se passando. Ele mantém aparência de maltrapilho, sujo, vaga em pequenos passos, sem pressa. Não existe destino que possa ir. Diferente de outras pessoas que dormem nas ruas e aparentam ser mendigos, ele não pede nada, tampouco incomoda. A vizinhança teve compaixão. Comida não lhe falta todos os dias.
Para ajudar a identificar a origem de Alex, colocamos fotografia nas redes sociais para encontrar a sua família.
Não demorou muito. Um amigo o reconheceu. Alex é natural de Salvador, mas faz um tempo que vive no interior com alguns conhecidos que o tratavam como se ele fosse um parente. Mas o que o levou a sair do aconchego de sua família e da presença de seus amigos? Dependente de drogas, ele foi aos poucos se afastando e buscando outros caminhos.
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